segunda-feira, 28 de abril de 2014

Onde ir (e não ir) nas férias de julho

Já decidiu onde vai passar as férias de julho? O Ricardo Freire, do blog Viaje na Viagem, fez um post falando de lugares pra ir e pra não ir neste período. Dicas de ouro por quem entende do assunto. Hora de decidir o destino das férias e planejar sua viagem!

Inverno em boa parte do Brasil, verão no Hemisfério Norte. Este ano deve-se levar em conta a Copa do Mundo, que vai de 12 de junho a 13 de julho e deve encarecer as passagens internacionais. (Acredito que dentro do Brasil os destinos que não sejam sedes da Copa estarão vazios, porque o brasileiro vai ficar com tanto medo do tal caos aéreo que vai ficar em casa.)

Sinal verde
Eu falei inverno no Brasil? Nem tanto assim. Em julho já é verão na região Norte, no Meio-Norte (Maranhão, Piauí) e no Ceará. O Centro-Oeste e Minas Gerais têm dias quentes e secos e noites agradáveis. Resultado: não falta lugar bacana para curtir o Brasil nas férias de julho.

A viagem do mês é aos Lençóis Maranhenses, uma das paisagens mais espetaculares do Brasil. Em julho, você só não verá as lagoas cheias se não tiver chovido no inverno (toc toc toc). Tendo duas ou, de preferência, três semanas, dá para estender a viagem a São Luís, Delta do Parnaíba, Barra Grande do Piauí e Jericoacoara a caminho de Fortaleza — destinos que, isoladamente, já valem a viagem nesta época.


Os destinos do Centro-Oeste costumam ficar cheios nesta época (o turismo regional é intenso), mas o Jalapão continuará vazio.

A Chapada Diamantina tem tempo seco e noites frescas (em plena Bahia!).

Aquela tão adiada viagem a Minas (Belo Horizonte, Inhotim, Ouro Preto, Tiradentes) fica redondinha em julho.

Julho é ótimo para fazer aquela sua primeira viagem à Amazônia: chove menos e as águas dos rios continuam altas, proporcionando ótimos passeios pelos igapós e igarapés. Programe aquela viagem a Belém (com Marajó), ou a Manaus (com hotel ou barco de selva).

Procurando serras menos cheias do que as de São Paulo, Rio e Rio Grande do Sul, pense em Santa Catarina (Serra do Rio do Rastro com Urubici) e Espírito Santo (Domingos Martins com Pedra Azul).

Quem quer neve no comecinho do mês deve ir direto a Ushuaia, na Argentina, onde a temporada começa mais cedo. As estações do entorno de Santiago (Valle Nevado, Farellones), assim como Portillo, também costumam abrir entre o fim de junho e o início do mês (só em anos muito azarados de pouca neve, como foi 2012, as estações abriram apenas depois do dia 10).

Se você só pode ir à Europa em janeiro ou julho e me perguntar quando é melhor, eu respondo sem piscar: julho!!! Da Europa Central para cima você não vai pegar sequer calor extremo. Julho é tudo-de-bom para ir à Suíça, Alemanha, Áustria, Reino Unido, Irlanda, Holanda, Bélgica, Escandinávia, Bálticos & Rússia e Islândia… Eu adoro Paris em julho; a cidade fica mais vivaz e descontraída (de tempos em tempos sobrevém uma onda de calor, mas é tão raro que nem acho que seja o caso de colocar na seção Sinal Amarelo).

O Caribe nesta época tem bons preços e pouca chuva. Apesar de estar oficialmente em temporada de furacões, é rarissíssimo algum chegar antes de agosto. (E sempre lembrando que Aruba, Curaçao, Barbados, Los Roques e Cartagena estão fora da rota dos furacões.)


Miami tem tempo quente (alguma chuva) e hotéis em promoção nesta época (os americanos acham muito quente). Aproveite.

Julho é ótimo também para visitar o Canadá, sem frio e com os lindos lagos do Oeste descongelados.

Dá para considerar safáris na África do Sul, no Quênia e na Tanzânia.

Na América do Sul, sem neve, ótima época para Peru e Bolívia (tempo seco e muuuuito frio).

Para aquela lua de mel exótica patrocinada pelos padrinhos, considere Polinésia Francesa, Seychelles, Maurício, Zanzibar e, para todos os bolsos, Báli.

Sinal amarelo
Os destinos do Centro-Oeste são excelentes nesta época (dias secos, noites gostosas), mas esteja preparado para pousadas e atrativos cheios, sobretudo nos fins de semana. Uma boa estratégia — nos lugares próximos a capitais — é ir durante a semana, combinando com o fim de semana na capital. O lado bom de haver muita gente é que fica bem mais fácil se encaixar em passeios que exijam transporte (e que costumam ficar inviáveis fora de temporada, quando não há um mínimo de passageiros). Aproveite para ir à Chapada dos Veadeiros e Pirenópolis (combine com Brasília), Chapada dos Guimarães, Bom Jardim/Nobres e Pantanal Norte (combine com Cuiabá), Caldas Novas e Chapada das Mesas (que está no Nordeste, mas leva jeito de Brasil Central; combine com Brasília, São Luís e Lençóis Maranhenses).

(Em São Jorge, na Chapada dos Veadeiros, atente para o Encontro das Culturas Tradicionais, que acontece na segunda quinzena de julho.)

Bonito e Foz do Iguaçu são ótimos destinos para ir com crianças (em Bonito, a partir de 6 anos para poder fazer as flutuações) — mas tenha em mente que muito provavelmente a família vai encarar um friozinho. A mesma coisa no Pantanal Sul.

O único inconveniente das Serras mais procuradas está no fato de… elas serem superprocuradas. Em 

compensação, o inverno proporciona todas as atividades (sobretudo as gastronômicas e cobertor-de-orelhônicas) que se espera desses destinos. Veja dicas de Gramado, Campos do Jordão e Serras Fluminenses.

Oficialmente as praias da costa leste do Nordeste, do Rio Grande do Norte ao norte da Bahia, ainda estão em época de chuvas em julho. O que isso significa? Muitas possibilidades: que pode chover bastante; que pode chover rapidinho ao longo do dia; que pode chover num momento só do dia; que pode nem chover e você aproveitar dias a fio de sol. Mas se chover, não dá pra reclamar… Nessa faixa leste, a melhor aposta é 


o Sul da Bahia.

A costa do Sudeste é uma loteria: se não passar frente fria, você terá dias quentes (mas às vezes não tão quentes a ponto de querer entrar n’água) e noites agradabilíssimas; passando frente fria, terá tempo cinza-chumbo e frio. Em Paraty dá para aproveitar dos dos jeitos (e a Flip em 2014 vai ser em agosto). Búzios tem sempre tempo mais seco que as praias ao sul do Rio e fica adorável nesta época, sem encher demais (mas a água do mar estará fria).

Nesta época do ano, o litoral de Santa Catarina vale não pela praia (faz muito frio), mas para ver baleias-franca e para atividades românticas em hotéis e pousadas que combinam aconchego de serra com vista para o mar (pense no chiquérrimo Ponta dos Ganchos ou nas pousadas charmosas da Praia do Rosa).

Na Europa, os destinos mais procurados do Leste ficam supercheios; nos destinos do Sul do continente, além das multidões há o calor a considerar. Em ambas regiões, junho e setembro são meses mais interessantes. Saiba, porém, que a muvuca e o calor são ainda maiores em agosto. E que, mesmo com o grande movimento e as altas temperaturas, eu ainda acho que vale muuuuuuito mais a pena ir em julho do que em janeiro. Eu não daria ouvidos aos chatos e iria, sim, para Portugal, Espanha, Itália (incluindo Toscana, Veneza, Costa Amalfitana & Capri), sul da França, Croácia, Praga, Budapeste, Grécia e Turquia nessa época, sim.

É uma boa época para viajar aos Estados Unidos. Mas vá preparado para pegar bastante calor em Nova York, calor extremo (de dia) em Las Vegas e no Grand Canyon, parques lotados em Orlando e maior possibilidade de fog na Califórnia (se for fazer a travessia São Francisco-Los Angeles pela costa, fique mais dias na estrada, para poder seguir viagem sempre próximo ao meio dia, quando o céu estará claro).

Ao escolher Bariloche como seu destino de neve na América do Sul, tente programar a viagem para a terceira ou a quarta semana do mês. A neve costuma chegar mais tarde na região, e às vezes quem vai no início do mês acaba não vendo toda a neve que gostaria de encontrar. O mês mais garantido para neve é agosto.


Sinal vermelho
Com exceção de Ushuaia, onde a existência de uma estação de esqui faz com que haja uma oferta de muitos passeios nesta época, a ida a outros destinos da Patagônia austral (Torres del Paine, El Calafate) é pouco frutífera. O baixo movimento e as temperaturas extremamente baixas fazem com que muitos passeios não sejam possíveis; as caminhadas ficam ainda mais penosas.

As monções (época de chuvas torrenciais) tornam viagens à Índia e Tailândia em julho totalmente não-recomendáveis. (No Sudeste Asiático, vá a Báli, que tem tempo bom.)

O calor extremo, por sua vez, desaconselha viajar ao Egito, ao Marrocos e a Dubai.

Decidiu? Então é hora de programar a viagem: voefox@voefox.com.br, 54 3027.1555 ou pelo Facebook.

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